Guia de viagem: Cusco/Machu Picchu - Peru

Olá leitores ♥ Olha eu aqui de novo! E hoje o post é mais do que especial, pois vai me lembrar de uma experiência única e fantástica pela qual passei no início desse ano! A minha viagem ao Peru! Não sei se vocês lembram que na coluna de segunda eu falei que postaria no meu blog a pedido de uma amiga que vai viajar, mas a Gabi pediu que postasse aqui, então aqui está haha. O post é grande, separado em sete partes: cultura, transporte, hospedagem, alimentação, compras, pontos turísticos e dicas gerais. Como é muita coisa, o post vai ter uma quebra (tipo "continuar lendo") para não atrapalhar quem não está desinteressado, afinal é um destino pouco procurado por brasileiros.
A minha viagem foi no começo de abril de 2012, no outono, que por lá é bem frio. Visitei as cidades de Cusco e Machu Picchu Pueblo (Lima, a capital, só aeroporto, mas todos que eu conheço que já passaram por lá disseram que é bem legal).
O computador em que eu salvei as fotos do meu iPod quebrou e por isso as fotos foram tiradas do meu instagram, do google ou pela minha mãe.

Transporte

Voos: 

Eu fui de Tam de São Paulo a Lima. Voo de 6 horinhas básicas.

Agora, de Lima a Cusco, fui de Lan. Avião ótimo, bancos de couro, uma playlist ótima, lanchinho muito bom haha (Cua Cua, que é tipo um Bis só que vezes quatro, muito bom, um chocolate peruano com recheio de doce de leite muuito bom e com a embalagem super amável e um biscoito salgado qualquer). Esse voo foi de dia, então deu pra ver a vista do lado de fora e UAU! Que vista! São umas montanhas verdinhas, e quando você olha de cima parecem colinas, mas são montanhas altíssimas, apenas 3700 metros de altitude (Cusco- 4300 metros de altitude)

O Cua Cua ♥

Taxis

Do aeroporto de Cusco até o seu hotel, você provavelmente vai pegar um taxi, e ele provavelmente vai ser ilegal. Explico: pela cidade circulam vários carrinhos pequenos 1.0 que trabalham como taxis. A ilegalidade desses taxis é como a ilegalidade dos dvds piratas na feira aqui em Brasília: todos sabem que existe, mas é algo grande demais para ser fiscalizado.
Vans
De Cusco A Machu Picchu Pueblo é um longo caminho. Ainda bem que você vai fazê-lo de van com vistas lindas das plantações de quinoa e das montanhas com topos nevados e paradas mais especiais ainda, como o Mercado de Pisac, feira super tradicional explicada melhor na categoria "compras" e um "mini zoológico", que abriga lhamas, alpacas, macaquinhos, cervos, condores, araras, e inclusive um puma com uma história muito triste: ele foi resgatado de um bar em Lima, onde era sedado para que os consumidores pudessem tirar fotos com ele. Quando eu fui, eles também pararam na cidade de Ollantaytambo, onde estava acontecendo uma feira do livro e tem uma montanha que você pode subir. Não é algo feito por todos os turistas, mas a minha família gosta de trilhas, caminhadas e ecoturismo no geral, então subimos. Vista linda, perfeita para fotos Panorâmicas, e flores fofas e musgos multicoloridos, perfeitos para fotos no Instagram.

Trens
Ok, você está em Machu Picchu Pueblo. Hora de andar pelas ruas estreitas, ver lojinhas de artesanato um pouco mais caras e restaurantes ótimos, todos com wi-fi. O que falta? Ah sim, o Vale Sagrado. Para chegar lá, você vai pegar um trem na estação ferroviária. Os bilhetes devem ser comprados previamente, pela Peru Rail ou Inka Rail, ambas com dois tipos de viagem: uma para mochileiros e a outra simples, mas com conforto. Caso queira chegar ao Vale com refeições elaboradas, talheres de prata e vinho servido em taças de cristal, o trem Hiram Bingham é perfeito para você. Super luxuoso, porém super caro. Na minha viagem, a ida foi com o confortável e a volta foi com o dos mochileiros, que não é ruim, a única coisa que eu odiei foi o lanchinho. Amendoim. ODEIO amendoim sem chocolate.

Hospedagem

Os hotéis por lá são bem parecidos: quartos pequenos, com carpete, cobertores super grossos, wi-fi grátis e água fria. Sim, água fria. Por isso, eu recomendo que você leve um chinelo de borracha, porque isso é uma coisa que não se encontra por lá e essencial pra não pisar no chão frio do banheiro na hora do banho. Leve secador também porque seus banhos provavelmente vão ser a noite e dormir de cabelo molhado não dá né? Ainda mais naquele frio. Mas esse é o único problema, sério. As camas são confortáveis, os cobertores esquentam mesmo (impedem que o seu calor saia). No meu hotel, a internet sem fio não funcionava, então usava o computador de lá pra checar o facebook e a wi-fi do Starbucks ou do hotel da minha tia para usar o instagram. Meu hotel tinha café da manhã incluso e era muuito bom. Começava com suco de mamão, depois café ou chá, e depois era servido um pãozinho com manteiga ou geleia. E que pão gostoso, minha nossa. Todos os hoteis da cidade disponibilizam chá de coca ou folhas de coca para que você masque e diminua os efeitos do "soroche" ou mal das alturas. Eu não senti nada, mas meu pai sentiu fortes dores de cabeça, e meu tio ficou enjoado e com dificuldade de se mexer muito, como subir escadas. aso você tenha algum sintoma, vai demorar alguns dias para que eles sumam, então não marque sua ida ao Vale Sagrado para os primeiros dias de viagem. Ah, e detalhe, coca é MUITO ruim. Se você não está sentido nada nem se incomode em ir pegar as folhinhas na recepção ou em comprar as balinhas, porque essas, nem com mel ou hortelã, dão um gosto aceitável a folha. Sério, parece vômito.

Lembrando que todas as minhas generalizações foram feitas baseadas em quatro hoteis o meu e o da minha tia em Cusco e em Machu Picchu Pueblo.

Vista do segundo andar do meu hotel, onde tem um restaurante.

Alimentação 

Já respondendo a pergunta que já está na sua cabeça: sim, lá tem Starbucks. E McDonald's e KFC. Todos na frente da praça da maior igreja lá de Cusco, onde o meu hotel ficava ♥ mas por mais que você queira compensar em uma semana todos os Starbucks que você não bebeu no Brasil,  NÃO INVENTE DE TOMAR FRAPUCCINO A NOITE, SÉRIO, SUA MÃO, SEU CÉREBRO E SUA GARGANTA VÃO CONGELAR. 

Mas de dia pode ;) Mas não desperdice sua viagem comendo sanduíche todo dia, afinal a culinária peruana é saborosíssima! Os ingredientes mais típicos são o milho, maíz, em espanhol (o país conta com mais de 30 variedades de milho, roxo, vermelho, preto, branco, amarelo, minúsculo, gigantesco, vários!), a quinoa e a carne de alpaca. Os prédios em volta da praça são abarrotados de restaurantes legais, como o Inka Grill, que foi o lugar onde comi um delicioso risoto de quinoa. O interior da cidade também conta com restaurantes ótimos, como o badalado e must-go entre turistas Cicciolina. Comi um prato de talharim de massa preta delicioso.

O país tem também um refrigerante que só encontra lá, o Inca Kola, que pertence a Coca Cola. Tem sabor de tutti-frutti e meu irmão falou que é ruim pra caramba (eu não bebo refrigerante).
O Peru também é connhecido pela Chicha Morada, suco de um tipo raro de milho roxo, bem gostosinho, mas eu, como a formiga que sou, preferi a versão de caixinha, bem mais açucarada, e a balinha.

Anúncio da Inca Kola.

Cultura

Idioma

A língua oficial do país é o espanhol, mas artesãos mais tradicionais e cidadãos que moram próximos às ruínas Incas costumam falar quechua com a família, língua indígena que, apesar da semelhança com o espanhol, eles falavam muito rápido e eu não conseguia entender nada kkkk. 

Crença

Eu geralmente não presto muita atenção na religião dos lugares que visito, mas algumas características me chamaram a atenção. A primeira é como eles acreditam que os condores (vulgo urubus) acreditam que, ao visitar a carcaça morta de uma pessoa eles levam a alma dela, e se eles voarem depois, a alma vai para o céu, ou algo parecido, porque, vamos dizer assim, eu não sou um prodígio na língua espanhola hehe. Outra coisa muito curiosa é o culto ao deus Sol. Duas vezes por ano, mais especificamente nos solstícios de verão e do inverno, eles organizam uma oferenda ao Deus que inclui milho, quinoa, prata, sangue de lhama (?), tecidos, entre outros e posicionam em um lugar especial, onde os primeiros raios de Sol do solstício batem e supostamente levam a oferenda. Seu culto ao Sol não para por aí: no meio das ruínas tem uma pedra branca grandona com uma protuberância na parte de cima que funciona como um relógio de sol. É proibido tocar na pedra, mas eu toquei (oops!) porque, sinceramente, achei que o guia tivesse dito para tocarmos se quiséssemos. A pedra "exala calor", e eles dizem que é porque é uma referência para o Sol para que ele possa contar quantos dias faltam para o próximo solstício. Sem querer acabar com a graça mas a pedra tem essa característica porque ela é branca e reflete o calor.

Compras

Andar pelas ruas de Cusco é fantástico! Você vê umas bolsas legais, entra numa loja minúscula, dá uns passos pra frente e se vê num pátio imenso, com vários stands, com tudo o que você pode imaginar! Mantas, casacos, luvas, gorros, cachecóis, tudo feito com pelo de alpaca. Pelas ruas, não é difícil encontrar mulheres carregando filhos (ou lhamas) nas costas e jóias de prata 0.95 (95% prata, 5% ferro, para dar liga) por ótimos preços! O Sol, moeda local, custa aproximadamente R$ 0,80 e é necessário em todas as compras pelas ruas. Apenas alguns lugares mais arrumados como restaurantes e lojas aceitam dólares, mas fica um pouco mais caro.
Mercado de Pisac

O trem para as ruínas Incas sai de Machu Picchu Pueblo. Mas como se chega em Machu Picchu Pueblo? De van! Mas essa van passa por vários lugares, um zoológico, uma feira do livro [(!) não sei se era permanente ou se só dei sorte hehe] e o Mercado de Pisac. Um mercado enoorme, com tudo o que tinha nas lojinhas mais tapetes, estojos, chaveiros, bonecos de llamas e alpaca, tudo! Bem na entrada tem uma barraquinha que serve milho (maíz) cozido, igual aqui no brasil, mas com uma (grande) diferença: o milho de lá é gigante! Um grão do milho de lá corresponde a um dedão da mão, da unha pra cima, deu pra entender?

Barraquinha de bolsinhas e estojos no mercado.

Pontos Turísticos 

O Peru é bastante conhecido pelo Vale Sagrado (Machu Picchu é a montanha!), pelas lhamas,  pelas linhas de Nazca e pelas ondas em Lima, que são perfeitas para os surfistas. Mas não é só isso. Claro, esses são os que mais atraem visitas, mas não são os únicos que merecem esta atração. Minhas dicas são: andar pela cidade e ver as estátuas, passear pela Plaza de Armas (a que fica na frente do meu hotel), o Mercado de Pisac, que eu já mencionei,  a Zona Arqueológica de Moray, e a cidadezinha de Ollantaytambo.

Machu Picchu

O Vale Sagrado.

A arquitetura do vale é um mistério até hoje. Não se sabe como os incas levavam pedras tão grandes da floresta para o vale, que fica entre montanhas!

Lhamas no meio do Vale. Não pode tirar foto com elas.

Eu e a lhama no zoológico :)

Outros animais no zoológico: tuiuiu, alpaca e araras. 

 Artesãos, também no zoológico, tingindo os fios e tecendo o tecido, respectivamente.

 Ollantaytambo.

Zona Arqueológica de Moray

Dicas Gerais

• Saindo de casa de manhã, vista-se em camadas: de manhã é gelado, aí vai chegando o meio do dia e a tarde e só um xale já basta, aí a noite você vai querer colocar todos os casacos de novo. Isso é normal. Por isso leve uma bolsa grande, transversal, que caiba seus casacos e as suas compras, porque nas lojinhas da esquina é raro eles te darem sacolas plásticas. Aquela da Tommy é perfeita! Cabe o mundo dentro (parece que vai explodir mas sempre cabe mais alguma coisa, impressionante) e aquele bolso da frente é super útil pra colocar celular e outras coisas que você quer ter a mão, como carteira, etc.
• Não ache que você vai encontrar lojas de marca na cidade, porque não vai mesmo!
• Invistam numa bolsa com estampas típicas, elas já deram dicas na Vogue várias vezes esse ano e parece que vai bombar ano que vem.
• Não deixe mesmo de andar pelas ruas, cada lojinha que você entrar pode ter o mocassim exatamente como você queria, ou a bolsa, ou tudo.
• Durante suas andanças, você vai ver as mulheres carregando lhamas que eu mencionei. Mas não se esqueça de dar alguns soles para elas caso queira tirar uma foto com elas ou a lhama.
• Baixe algum aplicativo de fotos panorâmicas como o Photosynth (o melhor!). Quando você estiver nas ruínas ou fazendo alguma caminhada você vai ver tudo aquilo ao seu redor e vai me agradecer por ter te lembrado!
• Se na época que você for seja período letivo para as crianças de lá, aproveite e observe as tranças das meninas voltando da escola. Uma mais maravilhosa que a outra.

Campanha das bolsas com influência peruana de Renata Vicintin. Clicar na primeira o redirecionará para um post sobre elas e na segunda, ao site de Renata.